Chave de inscrição: 021
Responsável: Lenice Nascimento da Silva
Dia e horário da aula: Quartas-feiras, às 18h00
Modalidade: Presencial
Local: Sala 4, COART
Carga horária: 30 horas
-
Início em: 09/10/2024
-
Término em: 04/12/2024
Resumo:
O hip-hop, como expressão cultural alicerçada na educação popular, utiliza a música, a dança e outras linguagens artísticas como ferramentas de resistência e transformação social. Nascido nas periferias, o breakdance, um dos elementos do hip-hop, tornou-se uma poderosa ferramenta de construção de identidade e conhecimento. Ao explorar os movimentos do break, os praticantes desenvolvem, não apenas habilidades físicas, mas também uma consciência crítica sobre a realidade social.
A oficina propõe uma reflexão sobre a relação entre o hip-hop, a produção de conhecimento e a educação popular. Ao analisar como o breakdance engloba lutas sociais como a LGBTQIA+, antirracista e anticapacitista, questionando como a academia pode se conectar com as experiências e saberes presentes no universo do hip-hop. A partir dessa reflexão, propor como pedagogia a utilização do breakdance como ferramenta para estimular a criatividade, a consciência corporal e o trabalho em equipe, promovendo a construção de um conhecimento crítico e engajado.
Objetivo Geral:
Integrar arte e educação através do breakdance, valorizando a cultura hip-hop e estimulando a produção de conhecimento popular.
Conteúdo:
A construção coletiva do conhecimento popular, que ocorre em diversos espaços da vida social, encontra no hip-hop uma expressão vibrante. Essa manifestação cultural, alicerçada na Educação Popular, utiliza a música, a dança e outras linguagens artísticas como estratégias de resistência urbana, valorizando o saber popular e promovendo a transformação social. A Educação Popular, nesse contexto, é a transmissão de conhecimentos entre grupos sociais, ocorrendo fora das instituições formais. Ela considera a história, a realidade social e as lutas populares, buscando atender aos interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro. Como afirma Pini (2012), é uma prática social não institucionalizada, determinada pela realidade e com uma perspectiva histórica.
Nascido nos guetos de Nova York nos anos 70, o hip-hop se espalhou rapidamente pela América Latina, chegando ao Brasil na década de 80. Com raízes nas periferias, essa cultura tornou-se uma poderosa ferramenta de resistência. Seus cinco elementos — MC, DJ, grafite, break e conhecimento — são indissociáveis e se alimentam mutuamente. O conhecimento, neste contexto, surge da prática e da vivência dos demais elementos, formando uma identidade cultural única. No âmbito da UERJ, entendida enquanto uma universidade que prioriza e incentiva a diversidade cultural, iremos dialogar com a cultura do hip-hop para pensarmos algumas questões em relação a produção de conhecimento:
1- A produção de rimas, coreografias e grafites pode ser considerada uma forma de transformação social?
2- De que maneira essas expressões artísticas contribuem para a construção de novas realidades?
3- As comunidades onde o hip-hop e o breakdance são praticados se sentem contempladas pela produção de conhecimento acadêmico sobre essas culturas?
4- Como podemos conectar a produção de conhecimento acadêmico com as experiências e saberes presentes no universo do hip-hop e do breakdance?
5- O breakdance é uma expressão artística que engloba as lutas LGBTQIA+, antirracista e anticapacitista? De que forma essas lutas se manifestam na cultura do break? Com base nessas questões iremos ministrar aulas teóricas e práticas sobre o break e a construção do conhecimento popular, onde iremos introduzir aos alunos a passos e movimentos fundantes do Break, apresentar exercícios de dança para que os alunos estimulem sua criatividade e consciência corporal.
Criação de sequências coreográficas que ajudem os alunos no desenvolvimento da sua memória e também do trabalho em coletivo, desenvolver exercícios utilizando os próprios movimentos do Break para ampliar o condicionamento físico como um todo. Proposta de encontros da oficina: - Introdução ao Hip-hop: O que é ? Onde surge?
- O hip-hop e a educação popular;
- Movimentos iniciais do Break;
- Escrita criativa e a poética das rimas;
- O direito à cidade e a corporeidade;
- Um corpo em movimento é resistência;
- Construindo intervenções artísticas;
- A dança e a luta por direitos sociais Referências: BRASIL. Presidência da República. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 10 jan. 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 10 mar. 2024. Objetivo Geral: FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1982 SILVA, A. B. Break como ferramenta educativa. v. 46, n. 1, p. 1-15, jan. 2023. Disponível em: https://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/view/466/573. Acesso em: 10 mar. 2024. PINI, F.R.O. EDUCAÇÃO POPULAR E OS SEUS DIFERENTES ESPAÇOS: EDUCAÇÃO SOCIAL DE RUA, PRISIONAL, CAMPO. In: Congr. Intern. PedagogiaSocial. 2012. http://www.proceedings.scielo.br/pdf/cips/n4v1/32.pdf acesso em 19 mar. 2024